terça-feira, 22 de dezembro de 2009

Habanera Ostinato

Nem sempre o eleito pela crítica é o nosso predileto. Apesar de "Cidadão Kane" ainda figurar no topo da lista dos melhores filmes o meu preferido ainda continua sendo "Um corpo que cai" de Alfred Hitchcock. Dos créditos iniciais de Saul Bass ao último fotograma é um filme que atrai, surpreende e sobretudo emciona. Não é assustador como "Psicose" e nem pretende sê-lo: é sobretudo uma história de obsessões de todo tipo. Obsessão por uma pessoa morta: Carlota Valdes, ou por outra supostamente morta, Madeleine, que leva Scotie a um estado de prostração depressiva ao desejo de revive-la em Judy.
Destaco a incrível luz que Hitchcock consegue com o diretor de fotografia Robert Burkes na cena junto às sequoias nos "Portais do Tempo" e a conclusão desta a beira-mar.
E, é claro, a estupenda música de Bernard Hermann; seguramente sua melhor partitura para cinema. Música esta que não nos apresenta temas, mas motivos, os arpejos bitonais, os obsessivos ritmos de habanera para tornar Carlota presente, a magnífica "Cena de Amor" entre Scotie de Judy e a paranoica sequencia do pesadelo, um dos casamentos entre imagem e música mais impressionantes da história do cinema.
Há muitos verdadeiros fanáticos pelo filme no mundo todo e com muita razão. "Um corpo que cai" está para o cinema como "O grito" de Munch está para a pintura no séc XX.
Um filme obrigatório! A ser visto e reverenciado!

sexta-feira, 11 de dezembro de 2009

Tempo

Segundo semestre muito cheio. Teatro, Cantata, Música na EMIA, e tantas coisas mais me impediram de estar postando. Agora com o rítmo diminuindo estou de volta. Nos próximos estarei voltando a escrever sobre as atividades que estive envolvido de agosto pra cá.

quarta-feira, 12 de agosto de 2009

PERIGO! PERIGO!

Poucas personagens povoaram tanto meu imaginário na infância quanto a Família Robinson, Don West, o Dr. Smith e aquela adorável máquina quase humana, o Robô da série "Perdidos no Espaço". Na verdade, eles me acompanharam por toda a vida, mesmo quando não pude assistí-los por vários anos.
É claro que quando saiu em DVD eu comprei rapidinho e matei as saudades das absurdas aventuras pelo cosmo. Absurdas, mas adoráveis. Se alguns efeitos especiais hoje não convencem tanto, isso é compensado por histórias cativantes e divertidas que fascinam mesmo o público mais jovem. Minhas filhas adoram e, como não podia deixa de ser, são apaixonadas pelo robô.
É incrível saber que no piloto original de série (que está no DVD) não havia nem o Robô e nem o Dr. Smith. Irvin Allen logo viu que sem eles a séire não iria a lugar nenhum. Esses dois personagens movem os episódios juntamente com o menino Will.
Dentre meus episódios favoritos destaco "Um estranho amigo", "O homem dourado", "O Robinson número dois" e "A lâmpada de Aladim".
Outro destaque é para a dublagem. É uma das poucas coisas que prefiro assistir com a dublagem: não soa artificial, e adapta algumas piadas que só teriam graça para a cultura americana para a nossa ficando muito mais divertidas, como por exemplo o Robô recitando "Batatinha quando nasce" ao invés de "Humpt Dumpt" no episódio "Foguete para Terra".
Neste último mÊs assisti todas as trÊs temporadas de novo e garanto que me diverti muito.
Perdidos no Espaço (Lost in Space) - 1965 a 1969
Produtor: Irvin Allen
Vários Diretores
Guy Willians: Prof John Robinson
June Lockard: Mauren Robinson
Marta Kristen: Judy Robinson
Billy Mumy: Will Robinson
Angela Cartwright: Penny Robinson
Mark Godard: Major Don West
Jonathan Harrys: Dr. Smith
Bob May: o Robô
Trilhas sonoras dos episodios composta por vários autores, mas as principais foram escritas por John Willians.

sábado, 1 de agosto de 2009

Black Sunday

Nos meus tempos de telespectador semanal do "Cine Mistério" da TV Bandeirantes nos anos '70, conheci numa noite chuvosa de sábado o filme "A máscara do Demônio" de Mário Bava. Poucas vezes na história do cinema se criou uma atmosfera de suspense, horror e medo tão perfeita. Como naquela época não tínhamos meios para gravar e guardar os filmes para assistir novamente, tive oportunidade para vê-lo apenas mais uma vez. Com o surgimento do videocassete passei a gravar, comprar e colecionar os filmes que vira nessas sessões de cinema de horror aos sábados e nas quartas na "Sessão Suspense" da Globo (Na TV nada se cria,tudo se copia, como dizia Chacrinha), mas, inexplicavelmente o filme de Mário Bava desapareceu da telinha. Talvez por ser muito bom.
Depois de muito procurar por quase trinta anos, consegui com um colecionador, e há cinco anos para minha felicidade, o filme foi lançado em DVD. Com firme direção de Mario Bava e Barbara Steele no papel principal, aliás duplo (a bruxa e vampira Asa e a Princesa Katia) o filme é um deleite para os aficionados do gênero horror e também para quem simplesmente gosta de cinema. É, com certeza, um dos dez melhores filmes do terror da história, um verdadeiro CULT.
Um dos meus favoritos que recomendo a todos.
Filme: A máscara do Demônio
Titulo original em italiano: La maschera del demonio
Títulos em inglês: The mask of Satan ou Black Sunday (mais usado internacionalmente)
Título do DVD: A máscara de Satan - Black Sunday
Duração: 87 minutos
Ano de produção: 1960 - Preto e Branco
Minha cotação: *****

domingo, 26 de julho de 2009

Penso que arte não é objeto de competição. Mas o mundo nem sempre é como queremos ou pensamos. Grandes talentos da nossa música tem poucos meios de divulgar seu trabalho e os festivais ainda são o meio, por excelência, onde os compositores tem um veículo para partilharem os dons do seu espírito e seu intelecto. E toda obra de arte é sempre o casamento das duas coisas.
Ontem à noite terminou mais um Festival da MPB aqui de Mojiguaçu. Tive a difícil e complicada tarefa de escolher, com outros quatro jurados, todos músicos da maior competência, as músicas e artistas a serem premiados. Muito além dos prémios distribuídos, o que vai ficar na memória foi o nível excelente das músicas participantes e dos intérpretes que as criaram no palco. Gente que merece ser muito mais conhecida e apreciada. E torço pelos que não conseguiram uma colocação entre os primeiros para que continuem a fazer a sua arte porque a diferença entre eles. muitas vezes. é muito pequena.
É inevitável deixar de pensar na mídia que ignora tais nomes e divulgam banalidades em nome do dinheiro e do mais absoluto mau gosto. Porque é mais fácil. A música de alto nível exige mais digestão, mas a satisfação o prazer que dão é perene. Entretanto, se o próprio consumidor esquece em poucas semanas o "sucesso" (palavra maldita) que o rádio e a TV tanto bombardearam no pobre público sem opção, nós que pudemos ouvir Grupo Voz, Taís Reganelli, Mana Tessari, Ivânia Catarina e Mariana Timbó, entre outros, sua criações e recriações no palco, jamais os esqueceremos!